a passagem do ar pelas minhas vias respiratória se tornou um pouco mais difícil do que sempre foi nos últimos vinte anos, mesmo levando em conta as diversas crises causadas pela bronquite asmática que habita em meus pulmões.
em meu corpo, não só o ar é rarefeito, mas também o som de minha voz. me sinto constantemente engasgada. minhas palavras estridentes ecoam em minha mente e somente lá, elas não se verbalizam, ninguém as escuta, nem mesmo eu.
sou minha presa e presa em meu corpo busco saciar a sede de algo que nem sei o que é. não sei quem sou também, só sei que busco ar.
